quinta-feira, 6 de abril de 2017

10 motivos para ver 13 Reasons Why (Netflix)



A adaptação do livro Os 13 Porquês de Jay Asher para as telinhas é uma das obras mais seminais da Geração Z. Publicado há 10 anos, o livro visitou o topo da lista dos mais vendidos, ganhou diversos prêmios da literatura juvenil e, agora, tornou-se, a obra de TV mais importante dos últimos anos.

Em 13 episódios, descobrimos quais foram os 13 motivos que levaram a jovem Hannah a cometer suicídio. Na trama, seguimos Clay, que duas semanas após o fatídico ocorrido com sua amiga de escola e de trabalho, descobre uma caixa com fitas cassetes em frente da sua porta. Naquelas gravações, a jovem explica toda a história.

Segue abaixo 10 motivos que encontrei para que veja 13 Reasons Why, tenha você a idade que tiver.


MOTIVO 1 - O TEMA PRINCIPAL
Histórias sobre bullying em forma de drama são mais recorrentes nas produções de hoje. Se assistirmos filmes dos anos 80, por exemplo, podemos ver muito desse tema, mas quase sempre tratado com humor. E bullying é um assunto que interessa (ou deveria interessar) a todos que convivem com adolescentes em idade escolar e, principalmente, aos próprios retratados. Como o próprio seriado trata, jovens se matam por este motivo.

MOTIVO 2 - A ABORDAGEM DO TEMA
Aqui, diferente de quase todas as obras do gênero, não conhecemos apenas o que levou a adolescente a cometer o suicídio, mas temos a chance de ver as consequências disso, com a mesma atenção e importância. E não só pelo ponto de vista dos adolescentes, mas também pelos pais, que tem papéis de extrema importância ao longo do seriado. Do corpo docente e até mesmo a justiça, mas este último de forma menos intensa.


MOTIVO 3 - O FORMATO
Não consigo imaginar essa obra sendo adaptada em um filme, ou mesmo como uma trilogia. A ideia de se fazer 13 episódios, tratando cada lado das fitas separadamente, torna tudo mais interessante. E respeita a obra. Se o autor criou uma história dividida em 13 partes, porque levá-la ao publico de forma diferente? Assim como Clay dá uma boa respirada entre um lado e outro, nós também temos a chance de nos dar esse tempo para assimilar as informações para seguir em frente. 


MOTIVO 4 - O ROTEIRO
Só o fato de ser fiel á obra original, que é um best-seller há 10 anos, já merece aplausos. Entretanto, era necessário adaptar o texto para os dias atuais. A ação no seriado acontece entre os anos de 2015 e 2017, mas o roteiro teve a sutileza de mostrar as tecnologias usadas nos dias de hoje, mantendo as características de dez anos atrás, como por exemplo, pais ligando para filhos e não apenas mandando um whatsapp. Não usar o artifício de exibir os chats na tela. Aqui os jovens se encontram para discutir os assuntos. E por aí vai, mas você mal percebe.


MOTIVO 5 - OS FLASH-BACKS
O uso do flash-back tem um trabalho de mestre neste seriado. Isso acontece com o protagonista mirando lugares onde o tal momento do passado ocorreu, sendo por indução ou não. Inclui aí não só outros personagens, mas como a ele mesmo, vendo seu próprio "fantasma do passado". A passagem de tempo entre passado e futuro quase sempre acontece de forma orgânica, sem cortes bruscos. Isso torna o obra muito mais brilhante.


MOTIVO 6 - A TRILHA-SONORA
Pode parecer muito óbvio colocar Joy Division para tocar no primeiro episódio de um seriado que fala sobre suicídio, afinal, o líder da banda se enforcou no começo dos anos 80. Por outro lado, ela é ouvida em uma fita cassete por um personagem que ainda está absorvendo a história do suicídio. O track list é composto por músicas dos anos 80 aos dias atuais, sempre com bandas alternativas com músicas originais ou covers. Echo & The Bunnymen, Ultravox, The Cure estão lá, é claro. Assim como Kodaline, The Kills, Chromatics (esta com uma redenção linda para Hey Hey, My My de Neil Young) e a produtora Selena Gomez. A trilha-sonora é um show, com mais de 50 músicas, totalmente imersas no contexto da obra.

MOTIVO 7 - O ELENCO
Abrir mão de caras conhecidas é arriscado, pois você perde o que chamamos de Star Power para garantir o interesse. Neste caso, com um material tão bom em mãos, foi sábia a decisão dos produtores em escalar rostos desconhecidos. Não criamos conexão quase nenhuma com trabalhos anteriores, que poderiam distrair nossa mente. A cantora e atriz Selena Gomez, quando adquiriu os direitos da obra há alguns anos, tinha a intenção de atuar, mas percebeu isso e "apenas" produziu. Também emprestou sua voz para uma versão matadora de "Only You" da banda Yazoo. 

MOTIVO 8 - OS DIRETORES
A escolha de diretos de cinema, em sua grande maioria, para os episódios foi ótima. Os dois primeiros são dirigidos pelo produtor Tom McCarthy, indicado ao Oscar por Spotlight - Segredos Revelados. Dois deles pelo diretor "marginal" Greg Araki, responsável por obras como "Geração Maldita" (95) e, mais recentemente, "Pássaro Branco na Nevasca" (14). Outros dois do veterano Carl Franklin (O Diabo Veste Azul, Por Um Triz). Três episódios de Kyle Patrick Alvarez - a revelação de "O Experimento de Aprisionamento Stanford". 

MOTIVO 9 - OS DEMAIS TEMAS
Ao dizer que o bullying é o tema principal da obra, me refiro a ele como centro para demais temas como, neste caso, suicídio juvenil, machismo, estupro, assédio sexual, abuso físico e psicológico, violência doméstica, solidão e outros. Os problemas desses jovens não vem apenas da escola, mas também da educação recebida dentro de casa e do ambiente em que esses jovens vivem. O que eles trazem da escola, escondem dos pais, mas o que eles levam de casa, despejam na escola.

MOTIVO 10 - O SUICÍDIO
Falar sobre suicídio e mostrar o corpo já sem vida é o que mais acontece nos filmes nas produções que abordam o tema. Ou, dar aquele corte na cena, para fugir do explícito, também ocorre muito para garantir mais público nas salas de cinema. Já em "13 Reasons Why", Hanna, é claro, não contou o seu suicídio nas fitas que deixou, então, o roteiro encontrou uma forma incrivelmente boa de resolver esta questão. Deixo para você descobrir...

Uma dica importante é não forçar demais a barra para ver em formato maratona. A obra é pesada e a edição, alternando entre passado e presente, cansa, ou melhor, deixa a mente exausta. Confira o seriado na velocidade do Clay, ou melhor, quem sabe um ou dois episódios por dia, mas assista...


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