quarta-feira, 11 de junho de 2014

A Culpa é das Estrelas - o primeiro grande filme romântico da jovem geração 3.0

A grande história de amor juvenil desta decada?

Toda geração de adolescentes agarra-se a uma história de amor para nomeá-la como aquela vá representá-la nos dias que virão. Algumas delas duram apenas o tempo daquela geração, talvez como deverá ser o caso de Crepúsculo (08), mas outras atravessarão gerações como Romeu & Julieta de Shakespeare e o filme A Lagoa Azul (80) - até hoje exibido na Sessão da Tarde. A Culpa é das Estrelas deverá fazer companhia para estes dois últimos e os motivos são vários.

O livro de John Green é o mais vendido há meses. Talvez seja o mais vendido desde que 50 Tons de Cinza foi esquecido. E grande parcela desses consumidores são jovens adolescentes encantadas com a história de amor entre Hazel e August. Ambos tem câncer. Ela carrega um tubo de oxigênio pra onde vai e ele perdeu uma das pernas. Enfrentam a doença de forma completamente opostas. Enquanto ela está a beira da depressão, ele mantem sempre seu bom humor. Ela procura razões para não desistir, mas ele quer viver cada segundo como se fosse o último. Excluídos pela sociedade por suas condições, se conhecem durante uma sessão de terapia em grupo. A partir daí, quanto menos você souber melhor...

"A Culpa é das Estrelas" identifica-se demais com seu publico alvo. A ideia de se imaginar com câncer na juventude e talvez perder o primeiro grande amor de sua vida a qualquer momento para uma doença cuja cura é muito difícil e ver essa história na tela com personagens nos dias de hoje? Por exemplo, quando a mãe pede pra jovem ligar para August e ela simplesmente (e sem perceber o que ouviu) só manda uma mensagem instantânea e que é respondida no ato. Tais mensagens pipocam pela tela para que possamos acompanhar o diálogo. A trilha sonora tem o melhor da música indie folk de artistas surgidos nos últimos três anos. A protagonista (Shailene Woodley) ainda está em cartaz nos cinemas com Divergente - baseado em outro best-seller juvenil. O "desliga você" é transferido para um simples "OK". É tudo muito agora. O adolescente sente que poderia estar vivendo aquele romance, ou até mesmo está vivendo. 

Some isso ao bom material que serviu de adaptação. É muito esperto. Na trama, a protagonista já leu diversas vezes um determinado livro, cuja protagonista tem câncer. E o leitor/espectador real está praticamente na mesma situação. É um jovem, que provavelmente não tem câncer, mas julga ter todos os problemas do mundo e que já leu/viu diversas vezes A Culpa é das Estrelas. A doença é tratada de forma sutil, com todos os dramas destinados a garota e todas as piadas de sensível humor negro a cabo do garoto. E as metáforas estão todas lá. O coadjuvante que vai ficar cego, mas que parece já estar ao não perceber que pode perder o amor de sua vida depois da operação. Toda a cena do passeio pela casa que abrigou a família de ninguém menos do que Anne Frank - a adolescente símbolo histórico do sofrimento. E, principalmente, na discussão entre Hazel e o personagem de Willem Dafoe - ótimo como sempre. Ela deseja obstinadamente saber o destino dos personagens do livro que ama, pois o autor deixou em aberto. Como se a resposta da ficção lhe desse a resposta para o destino de seus familiares, caso ela seja derrotada pela doença. Inevitavelmente, o leitor/espectador passa a ficar com medo de também ficar sem essa resposta ao final de A Culpa é das Estrelas. 

Arrancará lágrimas dos mais insensíveis. Será visto e revisto por uma horda de adolescentes. E tem tudo para se tornar o romance juvenil mais assistido da década. 


6 comentários:

  1. Perfeito!
    Os adolescentes se veem (nao tendo cancer) em situaçoes parecidas, como a opiniao em relacao a sociedade, amar e perder, os pais sempre preocupados..... acredito que seja o tal aborrecente de hoje.
    E 50 tons de cinza nao foi esquecido!! Apenas estamos aguardando o filme em fevereiro.....rsrs
    bjus

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    1. 50 Tons foi esquecido na lista dos mais vendidos... apesar que o filme vai ser tão ruim, que as fãs vão querer que tivesse esquecido. rs

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    2. Credoooooo que horror!!! kkkkkk
      Quando chegar em DVD o filme acima nos avise, a Paola quer....segundo ela teve cenas que foram gravadas e não utilizaram , como a da menininha no shopping perguntando o que era aquilo no nariz dela.....
      Parabéns cuuunhado

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  2. Filme lindo não só para os adolescentes, até eu com os 40 batendo a porta me rendi a essa história de amor. Os atores são lindos e arrasaram, a trilha sonora é excelente, locações, etc. Apesar de achar o livro bem mais emocionante, como sempre né, na maioria das adaptações. Mas o encanto continua presente. Chorei rios!! Abração Regis, adoro seu blog

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    1. Oi Delma,

      É um filme lindo mesmo... claro que as adultas irão adorar também, mas as adolescentes estão indo várias vezes nos cinemas pra ver. Pra eles, é o filme da vida. :)

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