terça-feira, 1 de julho de 2014

Crítica para o romance adolescente nacional Hoje Eu Quero Voltar Sozinho


Circulo de paixões adolescente...

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é um dos mais belos romances adolescentes já produzidos pelo cinema nacional. Simples e delicado. E conseguiu isso lidando com um protagonista cego se descobrindo homossexual num ambiente que transpira bullying e que mora com uma mãe super-protetora em plena adolescência. O diretor estreante Daniel Ribeiro surpreende por evitar cair no melodrama e também por não pesar a mão. 



 Se você acha que teve problemas para enfrentar aos 15 anos, imagina o Leo (Guilherme Lobo) nas condições citadas acima. Na trama, ele tem em Giovana (Tess Amorim) sua melhor amiga. Patinhos feios da classe, seu mundinho começa a mudar com a chegada do novato Gabriel (Fabio Audi). Rapidamente a dupla vira trio, mas um provável triângulo amoroso reprimido passa a afetar essa amizade. 

A trilha sonora com canções de David Bowie e Belle & Sebastian, dá o tom. Lembra bastante os recentes dramas românticos juvenis do cinema independente norte-americano, mas supera a maioria deles, por não querer chocar. Quer apenas mostrar o surgimento do amor e o crescimento de uma pessoa, que por acaso, é cega e homossexual. 

Vale ressaltar que o roteiro é baseado num curta-metragem do próprio diretor que acertou em duas coisas importantes. Estendeu seu roteiro e não apenas recheou pra chegar em 90 minutos. E também optou por manter o elenco, que assim como ele, é estreante.

Poderia dizer que vejo este filme sendo exibido numa Sessão da Tarde de um novo século. Onde o amor adolescente entre dois jovens do mesmo sexo já não é mais coisa de horário nobre da novela das 21h. Que um protagonista cego enfrentando a vida não é motivo para um rio de lágrimas. E que algumas cenas de nudismo não-frontal de alguns segundos não seria cortado da exibição.

Leve, sincero e, acima de tudo, bonito.


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