terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Crítica - Whiplash: Em Busca da Perfeição

"Mais rápido! Mais rápido! Mais rápido..."

Existe um método ideal para alcançar a perfeição? Poucos vão duvidar de que só se chega próximo a tal perfeição com muito treino. A que custo? Tem um limite? No caso de Whiplash, a busca pela perfeição é forçada por um maestro de uma banda de jazz que leva seus músicos ao extremo da pressão psicológica e física. E isso deverá render um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante a J.K.Simmons. 


Na trama, Andrew (Miles Teller de Divergente) é um baterista promissor que consegue uma vaga numa das melhores escolas de música e sonha com o dia em que o instrutor Fletcher veja-o em ação e o selecione para sua banda. A partir do dia em que isso ocorre, o jovem será forçado ao limite físico e psicológico para tentar alcançar se verdadeiro objetivo: ser o melhor baterista de seu tempo.

Whiplash tem quatro forças motoras que o transformaram num dos melhores filmes da temporada. A primeira dela é a música. Jazz em seu estado mais técnico e veloz. Se fosse um filme de rock, a trilha-sonora seria de heavy-metal. Isso nos leva a segunda força do filme: Damien Chazelle. O diretor abre mão de ângulos abertos para focar todo o sangue (literalmente) dado por Andrew para atingir seu objetivo, cada careta feita por Fletcher e, principalmente, o movimento dos instrumentos em ação. Música e edição em perfeita harmonia. Miles Teller e J.K.Simons (vencedor do Globo de Ouro por este papel e principal candidato ao Oscar) completam as forças. A interpretação de Miles foge da imagem de bom moço, mostrando que ele é extremamente egocêntrico. O que não diminui nossa admiração pelo seu esforço em "atingir o inatingível". E o veterano J.K. nos dá sua melhor interpretação na carreira, transformando seu Fletcher numa versão multidimensional do Sargento Hatman (R. Lee Ermey) de Nascido Para Matar (87). Sua violência sai da psicológica para a física na mesma velocidade em que suas lágrimas e demonstração de carinho. Estamos diante de um dos mais intensos confrontos entre mestre e pupilo na história do cinema. 

Independente do seu apreço pelo Jazz, que aparece em doses cavalares, toda a tensão da trama lhe fará ver o filme por outra ótica. E se você é músico, não pode perder esse longa-metragem por nada. Em cartaz nos cinemas.

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