quinta-feira, 24 de abril de 2014

Crítica: O Homem Duplicado de Denis Velleneuve

Jake Gyllenhaal em dobro nesta obra "Lynchiniana" de Villeneuve
O Homem Duplicado é um filme que trará reações exatamente como é a proposta do filme: em dobro. Muitos odiarão e outros amarão. Se você é daqueles que não acham interessante filmes que necessitam de uma segunda conferida para que se entenda a teia criada pelo roteiro, principalmente no final, então pare de ler aqui e parta para o próximo filme. E ainda, se você também não gosta dos filmes de David Lynch, principalmente Eraserhead ou Estrada Perdida, então não perca seu tempo, pois o diretor Denis Villeneuve mergulha num turbilhão Lynchiniano e exige do espectador, até mesmo o mais atento de todos, uma segunda sessão.


Na trama - e esta nunca recebeu um substantivo tão cabível - Adam é um professor de história que segue seu dia-a-dia numa rotina chata, sem maiores emoções. Até o dia em que resolve sair da monotonia e resolve assistir um filme indicado por um amigo professor. Neste filme, ele se depara com um ator muito parecido com ele mesmo e a partir daí sai do trilho para encontrar esse "dublê".

Trata-se de um suspense investigativo muito bem conduzido, apesar do proposital desleixo com a fotografia. A edição sufocante faz com que você queira a todo custo descobrir quem é esse dublê, e a medida que o filme avança todas as suas teorias caem por terra, seja negando aquilo que você acredita, seja confirmando na mesma medida, mas muito antes do termino da projeção.

Muitos ficarão "possessos de raiva", achando que o diretor não deu pistas suficientes para que entenda-se tudo o que rolou na tela, e por isso a necessidade de se assistir novamente, pois cada ligação da mãe, cada olhada no dedo do protagonista, cada reação de um coadjuvante, entrega muito do que realmente acontece.

Na minha particular opinião, um dos mais intrigantes filmes do ano, mas sei que será a opinião da minoria, pois a maioria achará "um lixo" - como já li em algumas críticas pela internet. E talvez essa tenha sido mesmo a intenção deste excelente diretor. 

Jake Gyllenhaal retoma a parceria de Os Suspeitos com o diretor e tem uma interpretação ainda melhor, apesar do filme anterior ser uma obra mais consistente, comercial e bem amarrada. Melanie Laurent aparece bem mais comedida do que em Bastardos Inglórios, mas não menos bela.

Um filme que se for pra ver, já sabe... repita! 

Adiado para 19/06 nos cinemas. Outubro nas lojas.


Um comentário:

  1. O gênero de ficção nunca foi um dos meus preferidos, porém devo reconhecer que Assistir Arrival foi uma surpresa pra mim, já que apesar dos seus dilemas é uma historia de drama que segue a nova escola, utilizando elementos clássicos. Com protagonistas sólidos e um roteiro diferente; É uma boa opção para uma tarde de filmes!

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