Até parece, mas não chega aos pés de Matrix ou A Origem |
Jamais crie muita expectativa numa sinopse, pois você pode acabar desapontando os mais exigentes. Filmes de ficção-científica que levantam muitas questões existenciais, tendem a atrair um publico que está acostumado com obras do nível Matrix, A Origem, No Limite do Amanhã, Prometheus, ou melhor, que ousam e convencem. O grande problema de Transcendence é que o roteiro não estava preparado para responder (ou sequer apresentar) todas as questões levantadas.
Na trama, Will Caster (Johnny Depp) é um doutor que, ao lado de sua esposa Evelyn (Rebecca Hall) e seus amigos cientístas Max (Paul Bettany) e Joseph (Morgan Freeman), criaram uma inteligência artificial capaz de pensar e responder. Mais do que isso, chegaram ao ponto de fazer o upload das memórias (e da consciência) de um macaco para uma "HD". Numa das apresentações do projeto, um grupo terrorista liderado por Bree (Kate Mara) acabar por assassinar Caster, pois quer impedir que essa nova inteligência artificial domine nossas vidas. Logo, sua esposa tem a "brilhante" idéia de fazer um upload da mente de seu marido e ele volta a ter "vida", desta vez dentro da rede.
Por mais que o filme tente levantar questões, como por exemplo, o desejo dos cientistas em melhorar a vida da humanidade acelerando cura de doenças, capacitando incapazes, regenerando membros, reflorestando desmatamentos, purificando a água do planeta, tudo a base da nanotecnologia, elas descem ralo abaixo quando o roteiro decide criar um vilão, que deseja criar um exército de novos super-humanos (chamados no filme de híbridos). O material não se decide entre quem é bonzinho e quem é vilão. E não estou falando sobre personagens desenvolvidos para serem mostrados com esse nível de leitura, mas sim que são feitos para serem bons ou maus, mas infelizmente, por mais que tentemos, não conseguimos defíní-los. Sendo assim, não criamos uma identificação com a trama. Outro problema é o absurdo de alguns arrojos visuais, principalmente quando se trata das regenerações.
Johnny Depp nos entrega sua pior performance em anos. Não tem nuances de caráter expressos. Parece um robô. O restante do elenco, também deixa a desejar, incluindo o sempre ótimo Cillian Murphy, que aqui vive um agente do FBI.
A culpa provavelmente seja da estréia do fotógrafo Wallt Pfister como diretor. Ele dirigiu a fotografia de todos os filmes do diretor Christopher Nolan de forma magistral, mas percebe-se que ainda não sabe dirigir elenco ou mesmo reconhecer um bom roteiro. Transcendence foi escrito pelo estreante Jack Paglen.
A maior decepção talvez seja por envolver nomes como Christopher Nolan na produção e dos já citados Johnny Depp e Morgan Freeman. E, muito provavelmente, apenas por constar seus nomes nos créditos, essa super-produção que custou US$ 100 milhões aos bolsos da Warner, ainda conseguiu faturar o mesmo valor nos cinemas mundiais.
Novembro nas videolocadoras.
Novembro nas videolocadoras.
Transcendence é um daqueles filme que vai abordar um tema bastante popular. Este thriller de ficção científica mais de 100 minutos, eu gostei. Transcendence é um filme estranho e muito futurista que eleva a curto prazo um futuro muito sombrio para toda a humanidade. A coisa interessante sobre este filme é o debate e o dilema moral que surge quando se discute os limites da ciência e tecnologia. Transcendênce é o primeiro filme que fez Wally Pfister, diretor de fotografia de quase todos os filmes de Christopher Nolan.
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