segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Crítica - No Limite do Amanhã: o melhor filme de Tom Cruise em 10 anos

Tom Cruise: novamente enfrentando ETs

Apesar de não ter faturado horrores nas bilheterias mundiais, pois arrecadou US$ 364 milhões para um custo de US$ 170 milhões apenas na produção, podemos dizer que este é o melhor filme protagonizado por Tom Cruise nos últimos 10 anos. E isso é bastante se considerarmos que seus dois últimos filmes de ação (Jack Reacher e Oblivion) também são acima da média. 



Tom Cruise vive o Major Cage, assessor de imprensa do exército que é enviado a contragosto para uma batalha desesperadora contra uma raça alienígena que vem atacando o planeta há mais de cinco anos. Despreparado para a batalha, ele morre em apenas alguns minutos, mas não sem antes levar um banho de sangue do monstro, que acaba "dando" a Cage, o poder de voltar a um certo momento no tempo sempre que perde a vida. Com isso, terá que reviver essa batalha centenas de vezes para conseguir derrotar o inimigo e, mais uma vez, salvar a humanidade. 


O diretor Doug Liman gosta de filmes de ficção-científica com roteiros desafiadores, como vimos em seu Jumper (08), por exemplo. No entanto, o resultado aqui é bem mais eficiente. O roteiro de Christopher McQuarrie (Jack Reacher, Operação Valquíria) tem a esperteza de não mostrar, na primeira vez, tudo o que acontece no dois primeiros dias de Cage, podendo assim, rechear as outras vidas do personagem com passagens inéditas para nós. E isso não seria tão atrativo se a edição não ajudasse, então méritos para o editor James Herbert (Sherlock Holmes) que deixa tudo muito bem esclarecido para o espectador e até ousa pontuar algumas cenas com sutil humor para aliviar a tensão de toda a situação. Tudo muito bem orquestrado por Liman.

Outro destaque é a atuação de Tom Cruise, que consegue transmitir com veracidade cada um de seus momentos no filme. Você sabe exatamente quando ele está vivendo algo pela primeira vez, segunda ou centésima. O mesmo vale para sua parceira em cena. Emily Blunt (do semelhante Looper) vive tudo pela primeira vez e está com o mesmo semblante em todas as aparições. Bill Paxton e Brendan Gleeson são outros destaques entre os coadjuvantes.

Infelizmente, o senão do filme são os 20 minutos finais, quando a trama abandona toda a ideologia inicial e remete o espectador a mesmice da ação incessante e descabida que vimos em dezenas de filmes do gênero, ano a ano. Por outro lado, dá uma segurança comercial ao investimento, fator que deve ter ajudado a chegar aos quase US$ 400 milhões. Apesar de todas as qualidades do roteiro e produção, sabe-se que tramas que giram em looping perdem um nicho de publico que é avesso a este exercício de roteiro.

No Limite do Amanhã é um filme altamente indicado para os que gostam de muita ação, ficção-científica e algumas doses de boa trama. Receita pouco comum no cinema hollywoodiano ultimamente.

Outubro nas lojas.





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