Crítica: Chef - Jon Favreau acerta em cheio e faz sua comédia mais simpática

Chef vai despertar o cozinheiro que há dentro de você.

Chef é um filme delicioso. Sim, trata-se de uma frase de duplo sentido. Sem a obrigação de agradar um grande estúdio, Jon Favreau (diretor de Homem-de-Ferro 1 e 2) produz, escreve, dirige e atua em seu filme mais simpático. Além de proporcionar uma sessão pra deixar salivando do começo ao fim, ainda conta com bons amigos coadjuvando. 

Jon Favreau é um ator que se tornou diretor. Atuou em vários filmes nos anos 90 (e continua até hoje), até que arriscou na direção com Crime Desorganizado (01). Seguiram-se Um Duende em Nova York (03) e Zathura (05), antes de se enveredar pelo "Tony Stark da Marvel", e ainda dirigiu a super-produção Cowboys & Aliens (11). Sendo assim, percebe-se que suas origens estão na comédia. Em Chef, pode-se dizer que seu personagem faz exatamente o que Favreau fez, ao voltar a dirigir uma comédia de baixo orçamento. 

Carl Casper (Favreau) é o melhor Chef da cidade. Prepara o menu do restaurante mais renomado de Los Angeles há vários anos. Para chegar a esse ponto, desde que foi descoberto trabalhando num trailer de lanches dez anos antes, precisou trabalhar muito. Isso lhe custou o casamento (com Sofia Vergara) e o acompanhamento do crescimento de seu filho, que ele só vê a cada duas semanas por apenas dois dias. Pra piorar, ficou escravo de seu próprio talento, ao não conseguir mais colocar em prática sua criatividade culinária em prol do menu que é um sucesso há cinco anos e defendido a qualquer custo pelo dono do restaurante (Dustin Hoffman, sempre excelente). Quando o crítico mais ferrenho da cidade (Oliver Platt) faz uma nova visita ao restaurante e percebe que nada mudou desde sua ultima visita, acaba por criticar severamente a mesmice, cuja repercussão nas mídias sociais desmoronará a carreira de Casper. Um retorno ao trailer de lanches é sua única saída para voltar a cozinhar como profissão. 

Chef segue a espinha dorsal do roteiro de uma comédia hollywoodiana comum, mas a trama escapa de várias armadilhas que poderiam levar o filme aos piores clichês do gênero. Jon Favreau acertou o tom nas direções seguidas e, principalmente, no humor. Para feito de comparação, Carl Casper é muito mais interessante do que o irritante Happy Hogan, que ele interpreta há três filmes na franquia Homem de Ferro. 

No elenco, além dos citados acima, ainda aparecem dois parceiros da série Homem de Ferro (Robert Downey Jr e Scarlett Johansson - acima). Além de John Leguizano, que sempre é agradável quando também não exagera na personificação. 

A cereja do bolo é toda a orquestração culinária. As receitas mostradas são de salivar. Desde os pratos mais sofisticados, até mesmo um "simples" sanduíche cubano de pernil. 

Uma comédia que não é pra grandes gargalhadas, mas que mantém o sorriso no rosto e cumpre o dever de agradar. Só não aconselho conferir de estômago vazio, porque senão terá que apertar o pause para atacar a geladeira ou pilotar o fogão antes do filme acabar. 

Dezembro nas vídeo locadoras.