quinta-feira, 31 de julho de 2014

Crítica: Divergente - o primeiro da "trilogia em quatro filmes"

Estes são os Audaciosos, apenas uma das cinco Facções


Ver Divergente apenas algumas semanas depois de ter visto A Culpa é das Estrelas e o inédito “The Spectacular Now” é estranho. Não só pela overdose de Shailene Woodley, mas porque aqui ela também contracena com Ansel Elgort e Miles Teller, seus pares românticos nos dois filmes citados, respectivamente. Em Divergente, eles são coadjuvantes de um novo candidato a astro: Theo James, que interpreta Four – não confundir com o protagonista de Eu Sou o Número 4 (2011). Onde foi parar a criatividade desses romancistas de ficção juvenil?


Por falar em romance juvenil, quando você se depara com Divergente, logo pensa: lá vem mais um. Vemos adolescentes correndo e tentando se salvar do perigo em filmes de ficção ou fantasia desde o primeiro Harry Potter, passando pela melodramática trilogia Crepúsculo e pelo esquecível Ender’s Game. Sem esquecer dos superficiais Percy Jackson, das três Crônicas de Nárnia e do excelente Jogos Vorazes - cuja trilogia se encerrará em duas partes a partir de Novembro. E olha que não citei tantos outros. A grata surpresa é que Divergente é dos bons. Inclusive, lembra muito Jogos Vorazes.

Na trama, uma guerra fez com que a sociedade que conseguiu se reerguer a ela tomasse algumas medidas drásticas para manter a paz. A principal delas é dividir as pessoas por facções, baseado em virtudes. Elas são cinco: a Abnegação (Altruísmo), a Amizade (Paz), a Audácia (Coragem), a Franqueza (Sinceridade) e a Erudição (Inteligência). Cada uma delas cuida de um setor da cicade. Eles vivem até a juventude com os pais, até que precisam passar por um teste que lhes indicarão qual facção eles têm mais aptidão. Ainda assim, pode-se abrir mão da aptidão para ficar com os pais. O problema da nossa protagonista é que ela é uma Divergente, ou melhor, seu teste diz que ela não tem aptidão definida e quem controla esse sistema tem medo dos divergentes, resolvendo o problema eliminando-os. A partir daí, ela terá que se proteger. Paralelamente, descobrimos que uma das facções quer tomar o poder e utilizará métodos nada éticos para isso. 
Ansel e Shailene - aqui apenas irmãos


Divergente tem um caldeirão interessante. O texto é bom e prende a atenção do começo ao fim. O elenco jovem é muito competente e Kate Winslet como vilã só erra a mão no final. O diretor Neil Burger sabe como ninguém dar ritmo ao roteiro recebido, pois provou isso muito bem com seus dois ótimos longas: O Ilusionista (06) e Sem Limites (11). Tudo na medida certa. Difícil mesmo é esperar pelo próximo filme: “Convergente” – cujas filmagens acontecem a todo vapor. E depois ainda terão Insurgente – Partes 1 e 2. Então não se apresse, mas aposte nesse ótimo programa.


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