segunda-feira, 15 de maio de 2017

Netflix: Anne - primeiras impressões (crítica)



Produzido no Canadá e distribuído pelo canal Netflix, Anne cativa o espectador pelos opostos.

Conferi os dois primeiros episódios de Anne e gostei muito do que vi. A primeira coisa que chamou a atenção foi a linda fotografia. Filmado na Prince Edward Island, no Canadá, as paisagens são importantes na história para que Anne consiga dar asas a sua imaginação que é pra lá de fértil. Na trama, ela é um garota orfã de 13 anos que já passou por maus bocados em casas de famílias e um orfanato. Até que é enviada, por engano, para a casa de um casal de irmãos já idosos que, na verdade, tinha a intenção de adotar um garoto para ajudar no trabalho pesado. Faladora, sonhadora e extremamente imaginativa, Anne tem a "habilidade" de dizer o que passa em sua mente em alto em bom som, guardando pra si apenas as más memórias do passado.

Como eu cito lá no começo, o que torna a narrativa do seriado diferente e mais atrativa são os opostos. Annie fala demais ou fica muda. Seu novo pai é calado, mas adora ouvi-la falar sem parar. Sua nova mãe é extremamente rude e rígida, mas tem um coração de ouro. Até a fotografia é tratada com extremos opostos, fazendo excelente uso disso nos flashbacks. Green Gables, o novo lar de Annie, é vívido e colorido, enquanto suas lembranças aparecem em ambientes de tons escuros.

Amybeth McNulty é uma ótima revelação no difícil papel de Anne. Conhecida no Brasil apenas pelo fraco terror Morgan, onde vive a personagem título na juventude. Em Anne, Amybeth precisa interpretar uma garota que é considerada chata por falar e sonhar demais, ao mesmo tempo em que conquista as pessoas pelo seu senso de justiça, bondade e pela felicidade em viver. Vai da extrema alegria a profunda tristeza ou imensa raiva em questão de minutos da forma mais shakesperiana possível, evidentemente porque leu muitos livros, apesar da pouca idade - tem um vocabulário invejável.

O seriado conta com sete episódios e merece ser visto. 

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