Crítica: Será Que? - a velha história dos amigos que se apaixonam ainda funciona

Daniel Radcliffe cada vez mais distante do estigma de eterno Harry Potter

Numa década em que filmes sobre amadurecimento é o que há entre os jovens, Será Que? entra como boa opção. Apesar de ter todos os ingredientes das comédias românticas certinhas, o roteiro consegue criar um universo único para o casal, o que nos faz simpatizar rapidamente por eles, ajudado pela ótima química entre Daniel Radcliffe e Zoe Kazan.

Na trama, Wallace (Radcliffe) é um romântico incorrigível que está sem sair há um ano, ou melhor, desde que terminou seu último namoro. Na noite em que decide "partir para outra", acaba conhecendo a prima de seu melhor amigo (Adam Driver - estereotipado, mas competente). Nasce alí uma grande amizade, mas "e se" fosse algo mais?

As melhores cenas desta comédia romântica são as que envolvem a dupla central. Os diálogos que eles trocam torna muito natural a amizade entre ambos e a direção de Michael Dowse (Uma Noite Mais Que Louca) consegue acertar em cheio nos momentos em que eles demonstram estar apaixonados sem que eles mesmo se dêem conta ou de forma que não permita que o outro suspeite. Outro acerto do texto é não transformar o namorado da garota em vilão, fazendo com que torcemos pelo final feliz entre os protagonistas, simplesmente pela história que eles mesmos construíram, independente da maldade causada por algum antagonista.

Pena que o casal coadjuvante seja tão estereotipado. Adam Driver é uma das maiores revelações nesta década, mas seu personagem foi construído para ser descolado e servir de ombro amigo para alguém que é totalmente seu oposto. Clichê total. 

Ponto positivo para a ótima trilha sonora com nomes pouco conhecidos, mas muito competentes do Indie Rock norte-americano e canadense.

"E Se" vale a conferida, ainda mais pela chance de ver Daniel Radcliffe se livrando cada vez mais do estigma de Harry Potter.

Janeiro nas videolocadoras.