segunda-feira, 24 de abril de 2017

Netflix - Crítica para o novo filme de guerra Castelo de Areia



Castelo de Areia é o primeiro filme original Netflix que tem um brasileiro na direção. Fernando Coimbra é o realizador da obra-prima O Lobo Atrás da Porta e, talvez, isso tenha pesado um pouco sobre minha expectativa com relação sua estréia internacional. O longa-metragem é bom, mas está longe de figurar entre os melhores filmes de guerra dos últimos anos.

Na trama, Nicholas Hoult (Fera de X-Men) é um soldado que só é o que é porque precisa de grana para pagar a faculdade, pois "na América nada é de graça". O filme começa com o garoto arrependido e louco para voltar pra casa. Só que ele recebe uma missão e, lá no fundo, ele não quer desistir. E assim, resolve partir com seu pelotão para uma missão que, apesar de parecer fácil, é das mais perigosas. A equipe precisa levar água para moradores de uma pequena cidade, onde os próprios norte-americanos destruíram o maquinário que a distribuía. 

Castelo de Areia poderia ter sido um filmaço inesquecível. Porque, apesar de ser um drama de guerra, tem muitas cenas de tensão, tiroteio e explosões, como todo filme de guerra deve ser. Só que falta acontecer. Tem uma cena que retrata bem isso: uma granada é lançada em direção ao inimigo, mas a câmera continua mostrando o soldado que a lançou. Ela explodiu? Não sabemos. A todo momento questões são levantadas e nunca são respondidas, então você fica com aquela ponta cutucando a orelha de querer saber o que houve e isso incomoda.

Felizmente, o filme tem mais pontos positivos do que negativos. Hoult está muito bem no papel do soldado cheio de questões internas. A trama em si é muito curiosa, pois trata de algo que ainda não havíamos visto, como a presença de soldados no Iraque para missões como cavar buraco, levar água, arrumar encanamentos, soldar buracos em caminhão pipa, entre outras coisas que jamais imaginaríamos. 

Até mesmo questões mais sérias levantadas e não respondidas, já valem por si só. Por exemplo, dizem para os soldados que eles são heróis, pois estão levando água para uma comunidade. Mas esta mesma comunidade já brigava por ela, entre eles mesmos. E mais, os norte-americanos mesmo causaram o problema! Talvez mais triste tenha sido a imagem de um homem formado em engenharia mecânica, que recebeu educação de graça no Iraque, passando por aqueles mal bocados, enquanto um jovem que vive na nação mais rica do mundo seja praticamente forçado a passar por tudo aquilo em troca de educação. 

Entre prós e contras, Castelo de Areia é um bom filme que merece ser conferido. Só não espere que ele seja o novo clássico do gênero. O brasileiro Fernando Coimbra pode muito mais. 

Ah... Henry "Superman" Cavill está no filme e sim, mas nem fez diferença.



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