domingo, 9 de fevereiro de 2014

É quase Scorsese, mas é só David O.Russell e seus amigos!

Christian Bale, Bradley Cooper, Amy Adams, Jeremy Renner e Jennifer Lawrence: O elenco do ano!

"Perai!" Tem dois filmes de Scorsese concorrendo ao Oscar de Melhor Filme este ano? Ok! O diretor David O.Russell (O Vencedor, O Lado Bom da Vida) quis homenagear tanto os anos 70 que muita coisa em "Trapaça" remete aos filmes de Scorsese da época, incluindo a ótima ponta de Robert De Niro. Tudo neste longa cheira aos 70. Desde maquiagem, figurino, cabelos, trilha-sonora e até mesmo a fotografia. Não que esta homenagem garanta um filmaço. Infelizmente não. "Trapaça" chega a ser até mesmo confuso e entediante em alguns momentos, mas as ótimas interpretações do elenco, principalmente do irreconhecível Christian Bale e da inebriante Jennifer Lawrence, seguram a bola até o excelente final.


Bale interpreta um trapaceiro que nos final dos anos 70 ganha a vida roubando entrada para empréstimos em troca de dinheiro que ele nunca fornece. Até que se apaixona por outra trapaceira (Amy Adams) e logo depois são pegos no flagra por um agente do FBI (Bradley Cooper). Para não ir pra cadeia, topam trabalhar ao lado do FBI ajudando-os a pegar outros estelionatários. O problema é que o agente se empolga e passa a mirar políticos de alto escalão, incluindo o prefeito da cidade (Jeremy Renner).

David O. Russell diverte-se. Atola o filme com reviravoltas na hora final. Exige maneirismos dos personagens, mesmo que quase todos eles não escapem da caricatura - exceto Bale, gênio! Ele até mesmo chama para o elenco principal astros com quem ele trabalhou nos filmes anteriores, pois Bale e Adams estavam em O Vencedor. Cooper e Lawrence protagonizaram o ótimo O Lado Bom da Vida. Toda a cena inicial envolvendo Bale e uma peruca já demonstra essa vontade dos envolvidos em se divertir, mesmo sendo extremamente fiéis a época ambientada e manterem o tom de seriedade.

Por fim, Trapaça é isso mesmo o que o título nacional sugere. Não só no roteiro, mas, em parte, da própria produção com seus espectadores. E comparado ao Scorsese original, não chega aos pés de O Lobo de Wall Street.




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